Na história dos métodos contraceptivos, vários documentos mostram a utilização de ervas, substâncias ácidas e unguentos, nas condutas para anticoncepção realizadas por civilizações antigas. Desde os séculos XVIII e XIX a.C., os egípcios mencionavam em papiros a composição de tampões vaginais, compostos de goma de acácia, mel e até fezes de crocodilo que, segundo eles, impediam a concepção. Grandes avanços na medicina e especificamente na área da ginecologia aconteceram nos séculos XIX e XX, culminando com a criação de diferentes métodos de contracepção e a utilização em larga escala pela população feminina e masculina (MAGALHÃES, PEREIRA, JAMIL et AL., 2013). “Dr. John Billings, médico neurologista, se dedicou ao estudo da literatura médica com o objetivo de encontrar informações que indicassem a possibilidade da mulher identificar com a maior precisão possível os dias férteis de seu ciclo ovulatório. Foi encontrado vários informes sobre um muco filamentoso e lubrificante, produzido pelas células da cérvix (colo uterino) perto do tempo da ovulação. Tanto a sensação que esse tipo de muco provoca como sua aparência são meios para que a mulher possa reconhecer sua fertilidade” (WIKIPEDIA).
Na década de 1970, estudos cientificos feitos para o estudo do Método de Ovulação Billings (MOB) foi aceito como método contraceptivo sua eficácia chegava aos 97%. Estudos feitos com mulheres usuarias do MOB em diversos países, contribuiu para o abandono de medidas de temperatura e cálculos de ritmo associados ao MOB que é conhecido como método tabelinha que é o cálculo dos dias em que provavelmente a mulher estara apta a engravidar, este metodo não tem eficácia comprovada, no MOB foi comparado também com a eficácia de métodos anticoncepcionais como a pílula e o Dispositivo Intraiterino (DIU).
A importância das religiões na vida das pessoas é indiscutível. A sexualidade é parte da vida cotidiana de todos os seres humanos e é um tema abordado de maneira muito diferente entre as diversas religiões (MAGALHÃES, PEREIRA, JAMIL et AL., 2013). O tema da sexualidade – entendida de maneira provisória como exercício da atividade sexual – vem sendo compreendido como produto de diferentes cenários culturais e não apenas como derivado de um funcionamento biopsíquico dos sujeitos ( Heilborn, 2003).
Diante da necessidade de controle da concepção, o enfermeiro, assim como os demais profissionais de saúde, deve conhecer os métodos contraceptivos, com o intuito de informar e instruir as usuárias que desejam – ou precisam – utilizar métodos que fogem aos parâmetros tradicionais – químicos e mecânicos – ou que, por algum motivo estão impedidas de fazer seu uso, garantido ao casal o direito pregado pela constituição federal de planejamento familiar responsável (MAGALHÃES, PEREIRA, JAMIL et AL., 2013).
O Método de Ovulação Billings cumpre aqui que se espera dele. Ele se baseia no reconhecimento da fertilidade mediante a percepção da sensação de umidade ou secura vulvar. Pode ser utilizado em caso de ciclos regulares e irregulares. Requer do casal um período de aprendizagem com instrutores capacitados. O autorreconhecimento da fertilidade e da infertilidade possibilita à mulher conhecer seus próprios padrões sendo capaz de detectar uma gama de desordens ginecológicas.(Azambuja)
A escolha de um método contraceptivo pelo casal é permeada por diferentes aspectos, como aceitação física, habilidade em seu manejo, entendimento do usuário, fatores socioculturais, dentre outros. Estes diversos aspectos podem influenciar de maneira positiva ou negativa, o que não podemos é menosprezar sua existência, nem tampouco negar que estes são marcadores na construção de um planejamento familiar seguro e eficaz na opção pelo método Billings (MAGALHÃES, PEREIRA, JAMIL et AL., 2013).
Este trabalho irá consistir em uma pesquisa qualitativa feita por estudantes de graduação em Saúde Coletiva, para a matéria de Pesquisa Social em Saúde. O objetivo é compreender a vivência de casais que utilizam o Método de Ovulação Billings (MOB). Para a obtenção de dados será a partir de entrevistas, aplicando questionário semiestruturado, utilizado estudo de casos e analisadas utilizando o conceito de Ruptura biográfica e de habitus de Bury.